segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cultura Visual


Desde sempre o ser humano se une, no sentido natural de construir comunidades e encontrar o equilíbrio.O que atrai a espécie seria provavelmente o percurso natural da evolução, predispostos a continuá-la naturalmente. Isto sem dúvida que é a base de tudo, é uma necessidade e uma ideia naturalmente instituída. 
Mas a criação e evolução da sociedade e da consciência humana trouxe com ela os problemas com que todos nós nos deparamos. O limbo entre a dor e o prazer, o ego, a culpa e uma procura quase inconsciente por perceber o que nos move.
O ser humano pensa e sente, é o lado racional e emocional. O homem sente os seus instintos e pensa sobre eles.  Mas é a integração entre o lado racional e emocional que nos leva a ir mais além.

Pensar é geralmente considerado como o oposto de sentir. A pessoa reflexiva é contrastada com a impulsiva, a que age segundo os seus sentimentos sem pensar. "Pára para pensar" é a ordem da razão. 
Parecerá contradição afirmar que o que se sente encontra-se intimamente ligado ao que se pensa. Entretanto ao examinarmos o processo dos nossos pensamentos surpreender-nos-emos ao constatar que eles reportam ao sentimentos 

É isso que nos estimula, que nos faz criar laços e relações, e a partir disso expressar emoções e sentimentos. Com isso vêm o prazer e a dor que provocam, e a reacção que isso vai ter no seu comportamento. 
Aproxima mo-nos e afasta-mo nos das pessoas criando relações e atraí-mo nos por quem entra na nossa vida ou por quem simplesmente vimos uma vez na rua, personificando diferentes papeis sociais, engajados em histórias e experiências. Confronta mo nos conosco mesmos e com os outros. Com o que procuramos e o que esperamos encontrar. Isso é alguma coisa tão natural e inconsciente como a questão anterior da atracção, aliás ambas estão brutalmente ligadas.
 Talvez nos projectemos nos outros para descobrir alguma coisa que não vimos em nós e por vezes vivemos a desilusão, que vêem das expectativas que depositamos nas relações. Com isso vêm a questão do prazer e a dor que provocam, e a reacção que isso vai ter no seu comportamento. 
A paixão surge aqui como um misto de instinto, atracção e projecção. Trata-se de uma força avassaladora que cria em nós uma motivação por vezes excessiva em direcção aquela pessoa que sentimos precisar.
 Acabamos por criar uma dependência por vezes obsessiva e um ciclo vicioso baseado numa suposta necessidade de aceitação do outro para conosco. Tudo isto com origem em medos, traumas e problemas que tentamos fugir e procurar a solução numa tal paixão, onde o objectivo é encontrar não só um prazer físico mas também uma tranquilidade assente num ideal de felicidade.
Mas esta força não é eterna. A questão que se levanta aqui neste momento é no que é que se pode transformar. Há quem diga amor ou amizade, ou também, já conta a História em grandes conflitos ou mesmo tragédias.
O corpo acompanha estas motivações e daí surge o nosso lado sexual, sendo que a paixão têm um lado carnal, não deixando de parte ser uma coisa uma característica natural do ser humano e até mais aprofundado uma característica animal.
 É um conjunto de sistemas interligados entre si que permite esta fantástica possibilidade que temos de nos relacionarmos uns com os outros.
Mas e o conceito de amor?  Hoje fala-se e comenta-se abusadoramente sobre algo que deveras nos move e nos une. Devemos considerar a paixão diferente do amor? Obviamente que sim. A paixão responde a instintos e a uma parte mais inconsciente do nosso ser. O amor por outro lado é um sentimento puro e livre onde num ideal de perfeição não há sofrimento nem apego, não existe pura e simplesmente um necessidade de controle. Acredito que podemos amar os outros, mas primeiro temos que ter uma tranquilidade maior que tudo isso conosco próprios.

"O amor não dá mais de si próprio e não retira nada que não seja a si mesmo.
O amor não possui nem pode ser possuído, pois o amor é suficiente por si só."

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